Dr. Roberto Battistella
A atrofia óptica não é uma doença em si. É um sinal de doença, que indica danos à via visual e pode ocorrer em diversas condições.
Atrofia óptica é um termo patológico (na verdade, uma descrição morfológica) usado para se referir à morte das fibras nervosas que compõem o nervo óptico e que resultam na imagem de um nervo óptico pálido no exame de fundo de olho. O estado de atrofia, então, indica danos à via visual anterior e pode ocorrer em diversas condições. A intensidade da atrofia óptica pode ou não se correlacionar com a quantidade de perda visual apresentada pelo paciente.
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Para que serve o nervo óptico?
O nervo óptico é um dos mais importantes elementos transmissores de informações visuais das vias ópticas e tem a função de fazer o início da conexão entre os olhos e o cérebro, enviando as informações recebidas pelos olhos e transmitindo impulsos nervosos da retina até o córtex cerebral. Ao receber estímulos de luz a retina os transforma em impulsos visuais que são transmitidos através dos nervos ópticos para as áreas centrais da visão.
Na atrofia do nervo óptico essa conexão é comprometida, e os sinais visuais não podem ser transmitidos adequadamente, resultando em perda parcial ou total de visão.
Quais são as causas da atrofia do nervo óptico?
Diversas doenças podem causar atrofia do nervo óptico. Entre elas:
- Neuropatias ópticas congênitas:
- Isolado: incluem atrofia óptica dominante e recessiva, neuropatia óptica hereditária de Leber e atrofia óptica hereditária de Behr.
- Atrofia óptica associada a doenças sistêmicas ou condições neurológicas.
- Compressão externa do nervo óptico: adenoma hipofisário, meningioma intracraniano, aneurismas, craniofaringioma, mucoceles, papilomas, metástases.
- Tumores do nervo óptico: glioma do nervo óptico, meningioma da bainha do nervo óptico e linfoma.
- Doença vascular: Neuropatia óptica isquêmica anterior (NOIA), oclusão da artéria central da retina, oclusão da artéria carótida, arterite craniana.
- Doença inflamatória: Neurite óptica desmielinizante (esclerose múltipla, neuromiletite óptica), sarcoidose, lúpus eritematoso sistêmico, meningite, celulite orbital.
- Infecção: Sífilis, tuberculose, herpes, toxoplasmose.
- Neuropatias ópticas tóxicas e nutricionais: ambliopia nutricional, ambliopia tóxica, oftalmopatia tireoidiana, diabetes juvenil, tabaco, intoxicação por metanol e dependência de drogas. A atrofia óptica devido a causas tóxicas ou nutricionais é geralmente simétrica e de início insidioso.
- Trauma: No nervo óptico, hematoma da bainha do nervo óptico, dano devido a trauma de crânio, fratura orbital ou corpo estranho.
- Nervo óptico inchado: papiledema (edema de papila da hipertensão intracraniana).
- Doença da retina: Retinite pigmentosa, distrofias maculares, retinopatias autoimunes.
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Sintomas da atrofia do nervo óptico
O principal sintoma causado pela atrofia do nervo óptico é a perda da visão. Mas, como já informado, a intensidade da atrofia óptica pode ou não se correlacionar com a quantidade de perda visual apresentada pelo paciente.
Quaisquer outros sintomas são atribuíveis ao processo subjacente que causou o dano ao nervo óptico. A forma e velocidade de instalação da doença, os sinais e sintomas associados, e o padrão da perda visual são características importantes que levam a suspeitar das diversas causas que geram atrofia do nervo óptico.
Importância do diagnóstico precoce
Quando se está diante de uma doença do nervo óptico, o objetivo é identificá-la e tentar tratá-la antes que ela consiga provocar a morte de fibras nervosas. Se isso não for possível, um segundo objetivo é avaliar medidas que consigam preservar a função remanescente e impedir a progressão da perda visual. Então, tudo dependerá da causa subjacente do dano ao nervo óptico e do estágio da doença. Ou seja, identificar rapidamente a causa subjacente aumenta a eficácia do tratamento e as possibilidades de preservação da visão, até porque diferentes causas exigem abordagens específicas.
Como o diagnóstico é realizado?
O diagnóstico da atrofia do nervo óptico é geralmente realizado por oftalmologistas, neurologistas ou neuro-oftalmologistas. As medidas diagnósticas devem ter início com um exame clínico oftalmológico cuidadoso e detalhado.
Outros testes podem incluir a campimetria para avaliar o campo visual, a tomografia de coerência óptica para quantificar e estudar o padrão da perda de células nervosas e mostrar detalhes anatômicos, além da ressonância magnética e tomografia computadorizada. Há ainda um grande arsenal de exames complementares oftalmológicos e neurológicos que podem ser necessários. Inclusive, uma avaliação neurológica também pode ser necessária em alguns casos.
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É possível recuperar o nervo óptico atrofiado?
Todo tratamento é dirigido à causa base, ou seja, à doença principal que causa ou causou a perda de fibras e gerou a atrofia. Em algumas condições, o tratamento da doença de base pode fazer com que fibras viáveis que ainda se encontram entre aquelas definitivamente lesionadas possam voltar a funcionar e levar a melhora da visão. Além disso, muitas condições de doença precisam ser tratadas a fim de impedir maiores perdas visuais.
O tratamento ideal para a atrofia óptica envolveria a neurorregeneração. O tratamento com células-tronco é promissor e no futuro poderá ser pode ser fundamental no futuro tratamento de distúrbios neuronais.
Infelizmente, tais modalidades ainda não estão disponíveis para uso clínico. Senso assim, o foco principal é tratar a causa exata antes do desenvolvimento de danos significativos para salvar a visão útil. Depois que a condição estiver estabilizada, recursos para visão subnormal podem ser testados em indivíduos selecionados.
É importante buscar a orientação de um médico oftalmologista, que realizará exames e indicará o tratamento mais apropriado para a causa da atrofia do nervo óptico conforme a situação específica do paciente.
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Fontes:
