Neuro-oftalmologista

Saiba quem é esse profissional e quais doenças ele trata

O neuro-oftalmologista é o profissional que investiga e trata problemas de visão que têm origem no sistema nervoso central, ou seja, alterações oculares que não têm origem nos próprios olhos.

Qual a diferença entre o oftalmologista e o neuro-oftalmologista?

O oftalmologista é o médico responsável por prevenir, diagnosticar e tratar doenças relacionadas ao olho e à visão. Cabe a esse profissional tratar, entre outras coisas:

  • Doenças do globo ocular, como conjuntivites, ceratites, uveítes e retinopatias;
  • Problemas de visão, como catarata, miopia, astigmatismo, hipermetropia e glaucoma;
  • Problemas que atingem as regiões próximas aos olhos, como o canal lacrimal e as pálpebras.

Dores de cabeça, dificuldades para enxergar, visão embaçada, dor, ardor, irritação ou coceira frequente nos olhos são alguns dos sintomas que indicam a necessidade de procurar um oftalmologista.

A Neuro-Oftalmologia é uma subespecialidade da Oftalmologia. É a especialidade de “superposição” entre a oftalmologia e a neurologia. O neuro-oftalmologista, além de tratar o paciente do ponto de vista oftalmológico, diagnostica e trata de doenças que não tem origem no olho propriamente dito e sim no sistema nervoso central. Lida também com repercussões oculares de doenças neurológicas.

Qual é a formação do neuro-oftalmologista?

Para praticar a neuro-oftalmologia, o profissional precisa cursar Medicina por seis anos. Finalizado o curso, o médico deve realizar uma especialização em Oftalmologia, com duração de três anos. Uma via muito menos comum, é realizar especialização em Neurologia. Depois de finalizada a especialização, ele deve realizar uma subespecialização em Neuro-oftalmologia, de mais um ou dois anos. Não é raro que, após as especializações, neuro-oftalmologistas permaneçam vinculados a instituições acadêmicas universitárias de ensino, tornando-se professores ativos nestas instituições.

Quando ir ao neuro-oftalmologista?

A seguir, alguns problemas que podem indicar que o paciente precisa ir ao neuro-oftalmologista:

  • Perda súbita da visão;
  • Visão dupla;
  • Alterações nas pupilas;
  • Ptose palpebral (queda da pálpebra);
  • Alterações do tamanho da pupila;
  • Perda do campo de visão;
  • Perdas visuais de causa desconhecida;
  • Perdas visuais lentamente progressivas;
  • Perda temporária de visão em um ou ambos os olhos;
  • Dor nos olhos ou ao movimentar os olhos;
  • Dor de cabeça associada a sintomas de visão;
  • Nistagmo (oscilação dos olhos);
  • Suspeita ou diagnóstico de doença nos nervos ópticos;
  • Nervos ópticos inchados (edema de papila e papiledema).

Principais doenças neuro-oftalmológicas

Conheça as principais doenças neuro-oftalmológicas que podem afetar a visão.

Neurite óptica

Neurite óptica é a inflamação do nervo óptico (infecciosa ou não infecciosa). Na maioria das vezes, trata-se de uma condição em que o próprio sistema imunológico do corpo ataca o nervo. Seus principais sintomas podem incluir: dor nos olhos, em especial quando eles são movimentados, e diminuição repentina da visão. A neurite óptica é uma causa importante de perda aguda da visão em adultos jovens e em pessoas com esclerose múltipla (podendo ser a primeira manifestação da doença).

Neuropatia óptica isquêmica

Ocorre quando há perda de suprimento de sangue para o tecido do nervo óptico, causando danos a essa estrutura. Acontece principalmente em pessoas acima dos 50 anos de idade e que tenham fatores de risco para doença vascular, como hipertensão arterial, diabetes e alterações do colesterol. Costuma se manifestar por perda súbita e indolor da visão. É frequente que a perda do campo visual nesta condição seja setorial, ou seja, o paciente perde a metade de baixo ou de cima do campo de visão.

Papiledema

O papiledema é o edema da papila (inchaço da porção intraocular do nervo óptico) provocado por um aumento da pressão dentro da cabeça (hipertensão intracraniana). Entre as manifestações iniciais principais da doença estão as dores de cabeça e embaçamentos visuais transitórios bilaterais com duração de segundos. Visão dupla também pode ocorrer. Algumas pessoas podem não apresentar sintomas importantes na fase inicial da doença. Porém, se não diagnosticada e tratada, pode ocorrer perda progressiva bilateral irreversível da visão.

Miastenia gravis

A miastenia gravis é uma doença autoimune em que o sistema imunológico do corpo danifica seus próprios receptores presentes na junção entre o nervo e o músculo, levando à fraqueza muscular. Seus sinais neuro-oftalmológicos mais comuns são a visão dupla e a queda da pálpebra.

Anisocoria

A anisocoria é a condição em que as pupilas ficam de tamanhos desiguais. Pequenas diferenças no tamanho entre as pupilas são normais na população geral. Porém, se essa diferença no tamanho entre elas for além daquela esperada e a reatividade pupilar ficar anormal, isso pode ser um sinal de um problema neurológico.

Doenças compressivas que acometem os nervos ópticos ou o quiasma óptico

A compressão do nervo óptico ou do quiasma óptico (estrutura em forma de “X” onde os nervos ópticos “se cruzam” no cérebro), acontece quando, por alguma razão, o nervo ou o quiasma são comprimidos por lesões expansivas no interior da órbita ou do crânio. Essa compressão leva à perda da visão e do campo visual e, se não reconhecida e tratada, pode levar à cegueira. Entre as doenças que podem causar compressão dos nervos, destacam-se:

  • Orbitopatia de Graves (doença de Graves): uma inflamação da órbita ocular, de origem autoimune, que provoca aumento do volume dos músculos extaroculares, que podem comprimir o nervo óptico;
  • Tumores da órbita – o aparecimento de um tumor dentro da órbita pode acarretar compressão do nervo óptico;
  • Traumas e fraturas craniofaciais: traumas podem causar fraturas, cujos fragmentos ósseos podem comprimir o nervo óptico de diversas formas. Também, algumas hemorragias associadas aos traumas podem comprimir o nervo óptico;
  • Tumores do nervo óptico: alguns tumores podem ter origem no próprio nervo óptico, como os gliomas e os meningiomas. Por vezes, como sua evolução costuma ser lenta, os sintomas iniciais podem ser discretos e confundidos com queixas comuns, como necessidade do uso de óculos. Neste momento, exames mais detalhados, aliados a um alto grau de suspeita e experiência clínica, são a chave para detectá-los. Na sua evolução, a medida em que crescem e passam a causar mais perda visual, finalmente, acabam sendo diagnosticados;
  • Tumores da hipófise: a glândula hipófise pode ser a origem de tumores que crescem e comprimem o quiasma óptico. Alguns pacientes podem apresentar disfunções hormonais associadas, provocando um processo investigativo que culmina na descoberta destes tumores. Outras vezes, queixas de embaçamento visual inespecíficas e dificuldade com a visão lateral dos dois olhos são aquelas que levam ao diagnóstico;

Estrabismo por paralisias dos nervos oculares motores

Os músculos extraoculares são controlados pelos chamados nervos oculares motores. É um conjunto de 3 nervos (oculomotor, troclear e abducente) que coordena a movimentação dos olhos. Problemas nestes nervos podem levar a estrabismo, e o desalinhamento dos olhos causa visão dupla (diplopia). Um exame minucioso frequentemente é capaz de apontar o nervo acometido, auxiliando a investigação clínica e formulação de hipóteses para o diagnóstico.

Agora que você já sabe mais sobre a atuação e quem é o neuro-oftalmologista, se o seu problema requer uma avaliação especializada, agende uma consulta com o oftalmologista especializado em neuro-oftalmologia, Dr. Roberto Battistella.

Fontes:

Manual MSD
Medscape
Dr. Roberto Battistella

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