Exame de Retinografia
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Saiba quando este exame é indicado, qual sua importância e como é realizado

A retina é uma camada fina de tecido nervoso sensível à luz localizada no interior do olho. Essa estrutura é responsável por transformar a luz em estímulo nervoso visual e enviá-lo ao cérebro para que as imagens sejam lidas.

A retina inteira contém milhões de fotorreceptores (receptores de luz), que são divididos em dois tipos: cones e bastonetes, cujas principais diferenças funcionais ocorrem no nível de luminosidade com que ambos funcionam.

Em locais mais iluminados, funcionam os fotorreceptores cones, e aqueles com pouca iluminação demandam a atuação dos fotorreceptores bastonetes. Os cones se concentram mais na área central da retina e se associam à percepção de cores.

Todas as fibras nervosas que se formam na retina confluem para um único ponto chamado de “papila óptica” para formar o nervo óptico, que faz com que a informação visual deixe o olho e vá para as áreas da visão no cérebro.

Algumas doenças podem acometer a retina e o nervo óptico, comprometendo a capacidade visual do paciente. O médico oftalmologista pode solicitar o exame de retinografia para o diagnóstico e o acompanhamento de pessoas que já desenvolveram doenças que afetaram a retina e o nervo óptico e de pessoas que têm doenças que trazem risco para o desenvolvimento de problemas na retina e no nervo óptico.

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Para que serve a retinografia?

O exame de retinografia faz a documentação fotográfica do fundo dos olhos. As fotografias registram a retina, o nervo óptico, a coroide e os vasos sanguíneos. Com isso, é possível diagnosticar e acompanhar a evolução de doenças oculares que afetam a retina, a coroide e o nervo óptico.

Algumas retinografias podem ser feitas com filtros especiais (como a autofluorescência), que ajudam na visualização de determinadas doenças da retina, da coroide e do nervo óptico (como as drusas do nervo óptico). Aparelhos mais sofisticados ainda possuem outros filtros, como infrared, red-free e blue filter.

Uma outra modalidade de retinografia é a angiofluoresceinografia, em que as fotos são feitas com um filtro especial após a injeção de um contraste (a fluoresceína) na veia. O contraste pode extravasar ou ser captado por estruturas doentes na retina, na coroide ou no nervo óptico e ajudar no diagnóstico e seguimento de muitas doenças.

Para quem a retinografia é indicada?

O exame de retinografia é indicado quando o médico oftalmologista suspeita de algum problema na visão (em especial, na retina, na coroide e no nervo óptico). Além do diagnóstico, o exame também é indicado para o acompanhamento de diversas doenças e problemas oculares. Entre elas, podemos destacar:

  • Retinopatia diabética;
  • Glaucoma;
  • Degeneração macular relacionada à idade (DMRI);
  • Oclusões vasculares da retina;
  • Descolamento de retina;
  • Retinopatia hipertensiva;
  • Estudo do nervo óptico;
  • Distrofias retinianas;
  • Estudo de tumores oculares;
  • Diabetes;
  • Miopia;
  • Estudo do edema de papila;
  • Neurorretinite;
  • Neuropatia óptica isquêmica;
  • Papiledema;
  • Neurite óptica;
  • Baixa de visão a esclarecer.

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Como o exame é realizado?

O exame de retinografia pode ser realizado de várias maneiras: retinografia simples, retinografia panorâmica, retinografia fluorescente (ou angiofluoresceinografia).

Retinografia simples

No exame de retinografia simples, o médico oftalmologista observa e registra, por meio de fotografias tiradas em alta definição, o nervo óptico e o fundo do olho, fazendo uma documentação fotográfica, o que possibilita um acompanhamento de possíveis lesões na retina e no nervo óptico. Filtros especiais podem ser usados na retinografia, como autofluorescência, red-free e infrared.

Para realizá-lo, o paciente se senta em frente ao aparelho, chamado retinógrafo, que fotografa o fundo do olho com o uso de lentes de grande aumento. Com o auxílio de um colírio específico, a pupila é dilatada para que as imagens do fundo do olho possam ser captadas com exatidão pelo aparelho. O registro fotográfico é feito em um olho por vez. O exame é indolor e rápido. Alguns aparelhos têm a capacidade de realizar a retinografia sem a necessidade de dilatação pupilar.

Retinografia panorâmica

A retinografia panorâmica é um procedimento realizado com aparelhos mais sofisticados, com recursos que possibilitam imagens panorâmicas (até 200 graus). Isso proporciona ao especialista enxergar uma região maior do fundo de olho, identificando se há ou não alguma patologia no local. É muito útil no diagnóstico e seguimento de doenças que acometem grandes extensões do fundo de olho.

Retinografia fluorescente (angiofluoresceinografia)

Trata-se de um exame um pouco mais invasivo, no qual é preciso injetar uma substância chamada fluoresceína sódica (que é um contraste não iodado) na veia do antebraço do paciente. A fluoresceína é um corante alaranjado e é a mesma substância usada na forma de colírio para a medida da pressão dos olhos. Toda a movimentação dessa substância na circulação sanguínea de estruturas intraoculares é documentada pela câmera digital.

O contraste pode extravasar ou ser captado por estruturas doentes na retina, na coroide ou no nervo óptico e ajudar no diagnóstico e seguimento de muitas doenças. A substância é eliminada pelos rins em até 24 horas.

Em casos específicos, o exame de retinografia, seja simples, panorâmica ou fluorescente, pode ser associado a outros exames complementares, como a tomografia de coerência óptica (OCT), para uma definição mais precisa do diagnóstico.

Cuidados antes e depois da retinografia

Para realizar o exame de retinografia, o paciente deve retirar as lentes de contato, caso faça uso delas. Também é conveniente comparecer ao local do exame com um acompanhante, já que a dilatação da pupila pode embaçar a visão por algumas horas.

Não há a necessidade de suspender qualquer medicação ou colírios de uso rotineiro e nem de estar em jejum.

Durante o exame, como as fotografias do fundo do olho são tiradas com flash, o paciente pode sentir desconforto e fotofobia.

Após o exame, não é exigido nenhum cuidado especial ao paciente. Apenas recomenda-se o uso de óculos escuros para reduzir o desconforto causado pela dilatação das pupilas e que o paciente aguarde até que sua visão volte ao normal antes de realizar suas atividades de rotina, principalmente dirigir, pois o colírio utilizado para dilatar os olhos torna a visão embaçada por até seis horas.

No caso da angiofluoresceinografia, algumas clínicas podem solicitar um jejum de 3 horas, pois existe a pequena possibilidade de o contraste determinar efeitos adversos, tais como náuseas, vômitos durante o exame e raramente havendo risco de hipersensibilidade grave ao contraste. Depois do exame, ocorre um período de coloração amarelada da pele e da urina até a eliminação do contraste utilizado.

Neuro-oftalmologista para realização da retinografia

A retinografia e a angiofluoresceinografia são exames importantes no diagnóstico e seguimento de muitas doenças que afetam os nervos ópticos em conjunto com repercussões retinianas. Também auxiliam na diferenciação entre doenças do nervo óptico e da retina. Ainda, há doenças neurológicas que trazem consigo manifestações na retina e nos nervos ópticos que podem ser assintomáticas e não detectáveis ao exame direto do fundo do olho.

O exame de retinografia pode identificar doenças oftalmológicas e neurológicas mesmo quando o paciente não apresenta nenhum indicativo de ser portador de uma patologia. Dessa maneira, trata-se de um exame importante para o diagnóstico precoce e a indicação adequada de tratamento.

Se você tem algum problema no nervo óptico ou apresentou alguma alteração no exame de retinografia e precisa de uma avaliação especializada em neuro-oftalmologia, agende uma consulta com o Dr. Roberto Battistella.

Fontes:

Science Direct

Dr. Roberto Battistella

Revista Brasileira de Oftalmologia