Saiba quais são as causas, os sintomas e tratamentos dessa doença
O papiledema é um inchaço (edema) dos nervos ópticos que decorre do aumento da pressão dentro da cabeça (hipertensão intracraniana). Geralmente o problema afeta ambos os olhos, raramente sendo unilateral.
A situação deve ser abordada com brevidade e requer diagnóstico e tratamento precoces para que o prognóstico seja positivo e não ocorra a perda da visão.
Muitas vezes, o papiledema é um sinal de alerta de uma condição médica grave que precisa de atenção, como um tumor cerebral. Porém, há casos em que o aumento da pressão intracraniana e o inchaço podem não ser indicadores de um problema específico, ao que se dá o nome de hipertensão intracraniana idiopática.
O papiledema, na sua forma idiopática, acomete principalmente mulheres jovens e obesas. À medida que as taxas de obesidade aumentam, a taxa de hipertensão intracraniana idiopática cresce. Além disso, alguns estudos mostram que um ganho adicional de cerca de 5% a 15% do peso corporal muito rápido aumenta as chances de desenvolvimento da doença, independentemente do peso inicial do paciente. Na maioria das vezes, a doença evolui ao longo de semanas a meses.
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Quais os sintomas do papiledema
No estágio inicial do papiledema, as pessoas podem apresentar queixas leves ou não apresentar sintoma algum. Os estágios iniciais da doença costumam preservar a visão do paciente. Se não diagnosticada e tratada, a condição pode evoluir com perda da visão e do campo visual. Então, em estágios mais avançados sem tratamento, há queixas mais expressivas de perda da visão.
Entre os principais sintomas, podemos destacar:
- Dores de cabeça;
- Escurecimentos transitórios da visão;
- Diplopia (visão dupla);
- Zumbido nos ouvidos;
- Redução do campo visual ou perda da visão.
Quais são as causas do papiledema?
O cérebro e o nervo óptico são banhados pelo líquido cefalorraquidiano, ou líquor. Quando há um aumento da pressão intracraniana (hipertensão intracraniana), esta pressão costuma se distribuir em todos os compartimentos que recebem circulação do líquor, incluindo os nervos ópticos. O aumento de pressão liquórica ao redor dos nervos ópticos faz com que fiquem inchados (edemaciados), surgindo o papiledema.
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Existem algumas condições médicas que podem fazer com que essa pressão intracraniana aumente. As principais são:
- Tumores cerebrais ou abscessos;
- Meningite;
- Encefalite;
- Hidrocefalia;
- Trombose venosa cerebral;
- Traumatismo craniano;
- Fístulas artério-venosas;
- Hipertensão arterial sistêmica descontrolada;
- Hipertensão intracraniana idiopática.
O papiledema pode ainda ter como causa o uso de alguns medicamentos, como corticosteroides, lítio (usado para o tratamento da depressão) e tetraciclina (antibiótico usado para o tratamento de diversas infecções), e excesso de vitamina A.
Boa parte dos casos de hipertensão intracraniana é idiopática, também chamada de síndrome do pseudotumor cerebral (ou falso tumor cerebral).
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico da condição é feito através de história e exame clínico.
O papiledema, na maioria das vezes, é bilateral e visível ao exame de fundo de olho (que pode ser realizado de diversas formas). Quando há dúvidas se há ou não edema verdadeiro da papila, exames complementares oftalmológicos podem ser solicitados, como a ultrassonografia, o OCT e angiofluoresceinografia. Uma vez caracterizada a presença de edema verdadeiro da papila, o próximo passo é caracterizar se há hipertensão intracraniana, ou seja, se aquele edema é um papiledema (edema de papila da hipertensão intracraniana).
O exame de ressonância magnética ajuda a identificar causas de hipertensão intracraniana, como tumores, tromboses e fístulas. A ausência destes achados favorece o diagnóstico de hipertensão intracraniana idiopática. Além disso, algumas outras características radiológicas específicas podem apontar para a forma idiopática da doença.
O exame de líquor com a medida da pressão (chamada de manometria) é muito importante no diagnóstico. O estudo da sua composição também auxilia a estabelecer causas para uma hipertensão intracraniana.
Como é o tratamento do papiledema?
Casos relacionados a meningites, encefalites, tumores, abscessos, fístulas e trombose precisam de tratamento dirigido a estas condições. Com isso, tratando a causa base, é possível reduzir o inchaço do nervo óptico. Nestas situações, então, é imperativa a participação de outras especialidades médicas, entre elas a neurologia, e neurocirurgia, a oncologia, a infectologia e a radiologia intervencionista.
No caso de papiledema por hipertensão intracraniana idiopática, o tratamento indicado é a perda de peso associado ao uso de diuréticos específicos que reduzem a produção do líquor.
Caso nenhum desses tratamentos apresente resultado satisfatório, existem diferentes tipos de procedimentos cirúrgicos para aliviar a pressão intracraniana e proteger o nervo óptico.
O prognóstico do papiledema costuma ser bom se a pressão intracraniana estiver controlada e o caso tiver sido diagnosticado precocemente. Caso isso não seja feito, o nervo óptico pode ficar comprometido de maneira permanente, levando à perda da visão periférica, ou, em situações extremas, à cegueira permanente.
Neuro-oftalmologista para papiledema
O oftalmologista especializado em neuro-oftalmologia é um profissional adequado diante do diagnóstico oftalmológico que indique quadro clínico de papiledema. Condições que afetam o nervo óptico são pertencentes ao domínio da neuro-oftalmologia, uma vez que o neuro-oftalmologista se dedica às alterações visuais relacionadas a problemas neurológicos.
Esse especialista realizará exames específicos para confirmar o quadro e indicar o tratamento mais adequado, que deve ser iniciado precocemente para que lesões no nervo óptico não se tornem irreversíveis.
Se você apresenta papiledema e precisa de uma avaliação especializada em neuro-oftalmologia, agende uma consulta com o Dr. Roberto Battistella.
Fontes: