As causas da visão dupla estão associadas a uma ampla variedade de condições neurológicas e oculares.
A visão dupla (ou diplopia) é um sintoma oftalmológico caracterizado pela percepção simultânea de duas imagens de um único objeto que podem estar deslocadas horizontal ou verticalmente uma em relação à outra. O sintoma pode ser muito perturbador e causar ansiedade nos pacientes. Pacientes com visão dupla geralmente procuram primeiro um oftalmologista. Mas, neuro-oftalmologistas e neurologistas também se deparam frequentemente com pacientes com visão dupla. Uma história e um exame clínico cuidadosos podem dar uma pista sobre as causas da visão dupla (ocular ou neurológica); assim, um plano de investigação e tratamento pode ser formulado.
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Sintomas associados à visão dupla
A diplopia pode não se limitar apenas à duplicidade das imagens. Ou seja, além de ver as imagens em dobro, o paciente costuma relatar outros sintomas associados, tais como:
- Dor de cabeça;
- Tontura e desequilíbrio;
- Vertigem;
- Visão embaçada;
- Náuseas e vômitos;
- Dificuldade de concentração.
Esses sintomas podem surgir tanto como consequência da visão dupla, quanto como parte de condições de doença mais amplas. Às vezes, a visão dupla pode representar o primeiro sinal de uma doença sistêmica.
Causas da visão dupla
Primeiramente, é importante destacar que as causas da visão dupla nem sempre são de origem puramente oftalmológica, podendo ter relação com doenças neurológicas que afetam as vias que controlam a movimentação dos olhos.
É preciso diferenciar o quadro de cada paciente em diplopia binocular ou monocular, uma classificação que ajuda a guiar melhor o diagnóstico e o tratamento. A primeira, binocular, é devida a um desalinhamento entre os olhos e desaparece quando qualquer um dos olhos é ocluído. A segunda, monocular, é devida a algum problema ocular e se mantém mesmo com a oclusão de um do olho (olho não afetado).
Causas da visão dupla monocular
Na visão dupla monocular, a diplopia se apresenta quando apenas um dos olhos está aberto, sendo que uma das imagens tem qualidade normal e a outra tem uma qualidade inferior, ou seja, a imagem “extra” aparece como uma “imagem fantasma”. A diplopia monocular pode ser bilateral ou unilateral e, às vezes, os pacientes com sintomas monoculares queixam-se de triplopia ou mais imagens (quando há a formação de mais do que duas imagens).
A diplopia monocular é quase sempre um problema oftalmológico de meios oculares (partes ópticas refrativas do olho) e decorre mais comumente de alterações como a catarata, anormalidades na superfície da córnea (opacidades, ceratocone ou astigmatismo não corrigido), problemas com lentes intraoculares. Problemas na retina (doenças da mácula) podem provocar sensação de diplopia monocular, porém, mais frequentemente, causam uma sensação de distorção e tortuosidade das imagens chamada de metamorfopsia. Diplopia monocular decorrente de lesão que afeta o córtex occipital (área principal da visão no cérebro) é extremamente rara (denominada “poliopia cerebral”).
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Causas da visão dupla binocular
Já na visão dupla binocular, o paciente não vê mais do que duas imagens, e elas são de igual qualidade. A diplopia binocular desaparece quando qualquer um dos olhos está fechado.
As causas da visão dupla binocular estão relacionadas a condições que geram um desalinhamento entre os olhos, prejudicando a capacidade do cérebro de fundir as imagens. Os principais exemplos são:
- Paralisias de nervos cranianos oculares motores;
- Doenças que afetam partes superiores do cérebro que controlam os núcleos dos nervos oculares motores;
- Miastenia gravis;
- Estrabismo infantil descompensado;
- Doenças que afetam as órbitas;
- Doenças específicas da musculatura extraocular.
Ou seja, as causas da visão dupla binocular estão mais associadas a alterações e problemas neurológicos e orbitais. Por isso, também precisam ser investigadas e conduzidas por um profissional especializado.
Como o diagnóstico é realizado?
O diagnóstico da visão dupla envolve uma avaliação oftalmológica completa e abrangente. A descrição dos sintomas pelo paciente é de grande ajuda para guiar o médico.
Assim, faz parte da investigação diagnóstica das causas da visão dupla o exame clínico oftalmológico completo com atenção especial aos testes de movimentação dos olhos. Além disso, outras condutas e exames podem ser necessários, entre eles:
- Exame neurológico;
- Exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética do crânio e das órbitas;
- Exames de sangue;
- Punção lombar (exame do líquor);
- Eletroneuromiografia.
Como tratar a visão dupla?
O tratamento da diplopia consiste em tratar as causas da visão dupla, visto que o sintoma só pode ser eliminado com a correção da patologia. Nesse sentido, o tratamento pode tanto ser medicamentoso quanto cirúrgico ou envolver outros tipos de intervenções oftalmológicas e/ou neurológicas.
Ou seja, a abordagem terapêutica para a visão dupla deve ser personalizada, levando em consideração as necessidades individuais de cada paciente.
Onde tratar a visão dupla?
Oftalmologistas e neurologistas deparam-se frequentemente com pacientes com visão dupla. O médico especializado em neuro-oftalmologia conhece em detalhes tanto as doenças oftalmológicas que têm origem nos olhos quanto aquelas que são causadas por alterações no sistema nervoso, nas órbitas ou outras doenças gerais do organismo. Portanto, ele tem capacidade de realizar um diagnóstico preciso quando há suspeita de visão dupla, para que as queixas do paciente possam ser investigadas e tratadas adequadamente.
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Fontes: