Diagnóstico de papiledema
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

O diagnóstico de papiledema deve ser imediato para que a causa do quadro seja tratada e as complicações sejam evitadas

Quando a pressão dentro do crânio está elevada (o que pode acontecer por diversos motivos), ocorre também um aumento da pressão sobre o nervo óptico, estrutura responsável por transmitir ao cérebro as imagens obtidas pelo olho e formadas na retina.

Nesses casos, há um inchaço do disco óptico ou papila óptica, região em que o nervo se conecta ao olho. Esse inchaço é o edema de papila, nesse caso chamado de papiledema (edema de papila da hipertensão intracraniana).

Se o diagnóstico de papiledema, juntamente com seu tratamento, não forem realizados corretamente, aumenta-se a probabilidade de danos irreversíveis ao nervo óptico e, consequentemente, perda definitiva da visão, conforme a doença piora.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico de papiledema é feito principalmente pelo exame oftalmológico com a observação do fundo do olho. Durante o exame do paciente com papiledema, o profissional observará o disco óptico do paciente, podendo notar um inchaço, elevação e a perda dos limites dessa região. A identificação do edema de papila pode ser auxiliada pela retinografia, angiofluoresceinografia e OCT, entre outros exames oftalmológicos).

A partir desses achados, outros exames precisam ser solicitados para confirmar o diagnóstico de papiledema e para identificar a causa da hipertensão intracraniana.

Assim, exames de imagem como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) de crânio e órbitas são utilizados, pois permitem analisar visualmente as estruturas do cérebro e das órbitas (por onde passam os nervos ópticos).

A análise do fluxo sanguíneo cerebral (arterial e venoso) também pode ser feita por meio da angiografia cerebral por ressonância ou tomografia, a fim de investigar causas de hipertensão intracraniana. Outra importante ferramenta que tem espaço para o diagnóstico de papiledema é a punção lombar para a retirada e análise da composição e pressão do líquor (ou líquido cefalorraquidiano).

A importância do diagnóstico rápido

Por ser uma estrutura pertencente ao sistema nervoso, o nervo óptico é formado por fibras nervosas. Na verdade, essas fibras são os prolongamentos, ou axônios, das células nervosas que tem origem na retina. Esses axônios, quando lesionados, não conseguem se regenerar.

Assim, o diagnóstico de papiledema precisa ser precoce, pois é fundamental atuar rapidamente para impedir a progressão dos danos neurológicos visuais e, consequentemente, a perda definitiva de visão.

Neste contexto, é importante ter atenção aos seguintes sintomas, que podem indicar a pressão intracraniana relacionada ao papiledema:

  • Dores de cabeça de início ou piora recente, com intensidade variável e acompanhadas de náuseas ou vômitos;
  • Obscurecimentos transitórios da visão;
  • Diplopia (visão dupla);
  • Zumbido pulsátil nos ouvidos;
  • Sonolência e/ou irritabilidade;

É importante dizer que nem todas as pessoas com alguns desses sintomas terão hipertensão intracraniana. Mas, recomenda-se que as pessoas que têm esses sintomas procurem atendimento médico. Somente a avaliação médica mais pormenorizada será capaz de identificar e fazer o diagnóstico de papiledema e hipertensão intracraniana.

Opções de tratamento

O tratamento do papiledema depende sempre da causa subjacente e da gravidade da hipertensão intracraniana. Assim, sabendo que a perda de visão é decorrente da pressão exercida sobre o nervo óptico, o tratamento consiste em reduzir a própria pressão e eliminar o fator que causa a pressão elevada.

Nesses casos, após o diagnóstico de papiledema o neuro-oftalmologista passa a atuar prescrevendo medicações que servem para diminuir a pressão intracraniana. Dependendo da causa da hipertensão, pode haver a necessidade do envolvimento do neurocirurgião e do neurologista, assim como a radiologia intervencionista.

Além disso, de acordo com a gravidade ou se não houver resposta ao tratamento clínico, procedimentos cirúrgicos para abaixar a pressão intracraniana e proteger os nervos ópticos podem ser necessários.

Qual profissional procurar nestes casos

Ao identificar sinais e sintomas que corroborem para o diagnóstico de papiledema é fundamental buscar atendimento médico especializado.

Médicos especializados em neuro-oftalmologia, como o Dr. Roberto Battistella, são capacitados e tem experiência no diagnóstico e tratamento do papiledema e de outras doenças que afetam os nervos ópticos.

Para saber mais sobre esse e demais temas, entre em contato agora mesmo com o Dr. Roberto Battistella.

Fontes:

Manual MSD

Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dr. Roberto Battistella