Diagnóstico do glaucoma: como é feito?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Entenda quais são os exames necessários para a avaliação desta doença oftalmológica

O que é glaucoma?

O glaucoma é uma condição oftalmológica que pode provocar danos ao nervo óptico, levando o paciente a ter um comprometimento gradual de seu campo de visão. Quando a doença não é tratada, o paciente pode chegar à cegueira.

Os pacientes com mais de 40 anos devem frequentar anualmente o consultório oftalmológico, uma vez que nesta fase da vida o diagnóstico de glaucoma se torna mais comum. Quanto antes a doença for identificada, mais rapidamente pode se iniciar o tratamento.

Quais os sintomas?

Em seu estágio inicial, o glaucoma pode não apresentar sintomas realmente significativos. É por esta razão que o acompanhamento médico deve ser realmente feito com periodicidade, tornando-se um fator determinante para que o diagnóstico de glaucoma seja precoce, evitando a progressão da doença.

Portanto, é muito importante que as pessoas, em geral, estejam atentas aos principais sintomas da patologia ocular, que se manifestam da seguinte maneira:

  • Perda gradativa da visão lateral;
  • Visão embaraçada ou com a impressão de ser mais fraca do que antes;
  • Dor ocular;
  • No caso do glaucoma agudo: dor ocular súbita e de forte intensidade, acompanhada por dor de cabeça, náuseas e vômitos; embaçamento visual, olho vermelho e fotofobia.

Principais exames para detecção do glaucoma?

Existem ao menos cinco exames considerados muito efetivos para o diagnóstico do glaucoma. Um dos mais importantes é a tonometria, exame realizado para a medida da pressão do olho. A maior parte dos glaucomas cursa com pressão intraocular alta (acima de 21 milímetros de mercúrio).

Este método avaliativo inclui a aplicação de um colírio anestésico no olho, para na sequência o médico fazer uso de um aparelho para impulsionar uma ligeira pressão sobre o olho. Outros métodos também podem ser utilizados, como a tonometria a ar.

Podemos destacar também o exame de fundoscopia, que avalia a forma e a cor do nervo óptico, identificado ali possíveis alterações que possam permitir o diagnóstico de glaucoma.

Existem ainda outros três exames fundamentais para o diagnóstico de glaucoma, como a perimetria, a gonioscopia e a paquimetria. O primeiro é útil para a avaliação do campo visual, identificando eventuais perdas de visão, sobretudo a lateral.

Já a gonioscopia determina o ângulo entre a íris e a córnea. Quando este está em aberto, pode ser sinal de glaucoma crônico de ângulo aberto; quando está estreito, pode ser um sinal de glaucoma de ângulo fechado, crônico ou agudo. Na gonioscopia também são observadas muitas outras características desta região anatômica que permitem o diagnóstico de glaucoma.

Já a paquimetria avalia a espessura da córnea, auxiliando o oftalmologista no entendimento da leitura da pressão intraocular – se ela está correta ou se está sendo afetada por uma córnea muito espessa, ou muito fina, por exemplo.

Além destes exames mais convencionais, não é incomum que o oftalmologista solicite ao paciente outros testes para confirmar o diagnóstico do glaucoma e avaliar as estruturas oculares. Dentro deste escopo, podemos citar a tomografia de coerência óptica (OCT), a retinografia e a campimetria computadorizada.

Quem tem glaucoma tem uma vida normal?

O glaucoma, conforme já mencionado, é um dos principais responsáveis por cegueira irreversível no mundo. A doença provoca danos irreparáveis das fibras nervosas, trazendo uma perda gradual da visão e do campo visual.

O tratamento adequado pode fazer com que a enfermidade seja controlada, garantindo ao paciente uma vida normal e saudável. Portanto, reforça-se, aqui, a importância de que o diagnóstico do glaucoma seja feito o quanto antes.

Não se esqueça de consultar um especialista

A visita periódica a um médico especializado em oftalmologia pode ajudar não somente em um precoce diagnóstico de glaucoma, como também na avaliação frequente do nível qualitativo de visão.

Visitar ao menos o médico oftalmologista uma vez ao ano permite ainda que, através de exames de rotina, sejam detectadas de maneira precoce diversas outras doenças e condições que eventualmente possam comprometer a qualidade de vida dos pacientes.

Neuroftalmologia e Glaucoma

Muitas doenças neurológicas podem se confundir com o glaucoma, podendo causar alterações no nervo óptico, no campo visual e no exame de OCT que imitam o glaucoma. Às vezes, também, portadores de glaucoma podem adicionalmente desenvolver doença neuro-oftalmológica que agrava a sua condição visual, mas que gera a impressão de ser apenas uma piora pelo glaucoma.

A diferenciação entre doença do nervo óptico glaucomatosa e não glaucomatosa do nervo óptico pode ser desafiadora. O oftalmologista especialista em neuro-oftalmologia diagnostica e trata os aspectos neurológicos da visão, ou seja, problemas que não se originam no próprio olho, mas no sistema nervoso. Ele tem capacidade para investigar, diagnosticar e tratar os problemas neurológicos que imitam o glaucoma.

Dr. Roberto Battistella é médico oftalmologista especializado em neuroftalmologia. Entre em contato e agenda uma consulta.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Dr. Roberto Battistella