É muito comum que a esclerose múltipla (EM) cause problemas oculares, e muitas pessoas com EM têm problemas de visão em algum momento da evolução da doença.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurodegenerativa do sistema nervoso central (SNC) que resulta de inflamação mediada pelo sistema imunológico da própria pessoa (autoimunidade) e gera desmielinização dos axônios (destruição da bainha de mielina das fibras nevosas). O nome da EM deriva das múltiplas áreas com cicatrizes que se desenvolvem no cérebro, conhecidas como placas. Essas placas são facilmente diagnosticadas por ressonância magnética do cérebro.
As lesões desmielinizantes podem afetar partes do cérebro, da visão e da medula espinhal. Os sintomas variam dependendo da localização das lesões. É interessante como esclerose múltipla afeta a visão: uma parte dos pacientes tem na alteração visual o primeiro sinal da EM, e outra parte dos pacientes apresenta pelo menos um episódio de envolvimento ocular no curso da doença. Problemas na visão podem resultar de danos ao nervo óptico, estruturas cerebrais relacionadas com a movimentação dos olhos e uveíte.
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Como a esclerose múltipla afeta a visão?
Vejamos quais as principais condições onde a esclerose múltipla afeta a visão.
Neurite óptica
A neurite óptica é um problema ocular comum na EM. É uma inflamação do nervo óptico. Provavelmente, é a situação mais comum em que a esclerose múltipla afeta a visão. Para cerca de uma em cada cinco pessoas com EM, é o primeiro sintoma da doença. A neurite óptica é causada por danos no nervo óptico, que conecta o olho ao cérebro. A neurite óptica geralmente ocorre apenas em um olho. Geralmente causa embaçamento da visão central que progride ao longo de alguns dias. A visão das cores também pode ser afetada. Frequentemente há dor ocular, principalmente durante o movimento dos olhos.
Visão dupla (diplopia)
A visão dupla ocorre quando as vias nervosas que controlam os movimentos oculares são danificadas e os olhos não ficam alinhados corretamente, gerando estrabismo. Este pode ser um sintoma precoce da EM.
Nistagmo
Pacientes com EM podem desenvolver movimentos oculares pequenos, rápidos e repetitivos. Eles podem perder o controle de como movem os olhos para cima e para baixo ou de um lado para o outro (às vezes descrito como um tremor). O problema é chamado de nistagmo. Pode ser leve ou grave o suficiente para impedir que o paciente enxergue bem.
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Uveíte
Uma condição menos comum em que a esclerose múltipla afeta a visão é a uveíte. A uveíte é uma inflamação no interior do olho na qual células inflamatórias passam da corrente sanguínea para o olho, causando moscas volantes, visão turva, fotofobia, olho vermelho e dor ocular. Na EM, a forma mais comum de uveíte é a chamada pars planite (nessa condição, as células inflamatórias estão concentradas na parte posterior do olho, ao longo da retina periférica).
Outros problemas de visão
- A diminuição da visão das cores também é comum. As cores são frequentemente descritas como “desbotadas”;
- A dificuldade de ver o contraste também é comum;
- Algumas pessoas ocasionalmente verão flashes de luz e brilhos;
- Algumas pessoas terão episódios transitórios de visão turva que duram até uma hora, desencadeados por exercícios ou altas temperaturas, que podem continuar após a resolução do episódio de neurite óptica devido a danos residuais no nervo óptico (esta perda visual transitória é uma manifestação chamada de fenômeno de Uhthoff).
Importância do acompanhamento com o neuro-oftalmologista
Os neuro-oftalmologistas são especializados em doenças do nervo óptico e afecções neurológicas das vias visuais. O acompanhamento regular com um neuro-oftalmologista é importante para o gerenciamento dos sintomas visuais associados à esclerose múltipla.
A EM é uma condição desafiadora e que pode afetar profundamente a visão e a qualidade de vida do paciente. O médico especializado em neuro-oftalmologia tem um papel de grande importância tanto na detecção precoce de problemas visuais relacionados à esclerose múltipla quanto no tratamento por meio de intervenções eficazes que ajudam a preservar a visão e a melhorar a qualidade de vida.
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Fontes
Associação Médica Brasileira (AMB)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)