A hemianopsia homônima refere-se à ausência de visão de um lado do campo visual em cada olho. O dano que causa esse problema está no cérebro e não nos olhos.
Muitas pessoas estão familiarizadas com o conceito de que a metade esquerda do cérebro recebe sensações e é responsável pelos movimentos do lado direito do corpo e vice-versa. De maneira semelhante, a metade esquerda do cérebro recebe informações visuais da metade direita do campo de visão de cada olho, e a metade direita do cérebro recebe informações visuais originadas do lado esquerdo do campo de visão de cada olho.
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A hemianopsia homônima é uma condição neuro-oftalmológica em que o paciente perde a visão da mesma metade do campo visual nos dois olhos. Isso quer dizer que a pessoa não consegue enxergar ou as metades esquerdas ou as metades direitas do campo visual de cada olho. O defeito visual pode acometer total ou parcialmente o pedaço do campo visual afetado (por exemplo, mais a parte superior ou inferior).
Qual o impacto da hemianopsia homônima na qualidade de vida?
A hemianopsia homônima gera grande impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes, tanto no campo emocional quanto no campo prático das atividades cotidianas, pois a pessoa começa a ter dificuldades para enxergar as extremidades do campo visual, de tal forma que só consegue visualizar toda a imagem ao mover a cabeça para um dos lados.
Assim, além de afetar as experiências cotidianas, a hemianopsia homônima pode representar perigos para aqueles que dirigem, operam máquinas ou até mesmo em atividades básicas como o caminhar na rua e dentro de casa. As pessoas afetadas podem esbarrar em coisas do lado do defeito do campo visual. Dirigir pode ser particularmente problemático: as pessoas podem sofrer acidentes ao mudar de faixa porque não conseguem ver os carros que se aproximam ou colidir com objetos daquele lado. Os objetos em uma escrivaninha ou mesa podem não ser vistos no lado da perda do campo visual e, às vezes, até mesmo a comida daquele lado do prato permanece intocada. As pessoas precisam ter especial cuidado ao caminhar em locais lotados e atravessar a rua. Até mesmo cozinhar e utilizar facas pode representar perigo.
Causas da Hemianopsia Homônima
As principais causas da hemianopsia homônima estão relacionadas a problemas neurológicos. A hemianopsia homônima pode ser causada por qualquer distúrbio que afete áreas da visão do cérebro, incluindo acidente vascular cerebral, tumores, inflamação, trauma, esclerose múltipla, mas mais comumente é devido a um acidente vascular cerebral no lobo occipital, a parte mais posterior do cérebro.
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Principais sintomas
É difícil explicar a sensação de uma hemianopsia homônima. Pessoas com hemianopsia homônima à direita muitas vezes “sentem” que o problema está no olho direito, mas a verificação de cada olho por si só mostra que o lado direito de cada olho está afetado. O mesmo vale para pacientes com hemianopsia homônima esquerda.
Uma boa parte dos pacientes com hemianopsia homônima não apresentam outros sintomas que acompanhem a condição. Porém, dependendo da área do cérebro acometida, uma parcela das pessoas pode ter também sintomas motores (perda de equilíbrio e sustentação, dificuldade para caminhar), alterações cognitivas ou até mesmo um misto dos dois.
Como o diagnóstico é realizado?
Recomenda-se um exame oftalmológico completo e uma avaliação do sistema visual por meio de exames complementares. Frequentemente incluído nesta avaliação está um teste de campo visual que avalia quaisquer defeitos de campo visual.
A imagem do cérebro por tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (MRI) é o teste mais comum usado para diagnosticar a localização e a causa da lesão cerebral.
Como tratar a hemianopsia homônima?
Dado que a hemianopsia homônima por si só não é uma doença, mas sim a manifestação clínica de uma patologia neurológica, é preciso investigar e tratar a causa da doença. A recuperação depende da causa subjacente. A chance de recuperação significativa é menor após um acidente vascular cerebral (bloqueio do fluxo sanguíneo para uma região do cérebro) do que após a remoção de uma inflamação ou de um tumor.
As tentativas de abordar os sintomas causados por uma hemianopsia homônima são principalmente direcionadas a duas áreas: leitura e lidar com o meio ambiente. Especialistas em visão subnormal e terapeutas de reabilitação visual podem ser consultados para trabalhar nessas técnicas.
Prismas podem ser tentados nos óculos para compensar o campo cego. Estes tentam mudar ou realocar o mundo visual de modo que a visão dentro do defeito seja movida para uma área de visão poupada em um olho. Estes funcionam para alguns, mas não para todos os pacientes com hemianopsia homônima.
Tentativas mais formais de ajudar a recuperar a perda de campo visual usando programas assistidos por computador são muito controversas. Esses programas não restauram realmente o que foi perdido, mas sim tentam treinar novamente o cérebro para mover mais os olhos para “preencher as lacunas” ou prestar mais atenção ao seu campo cego.
Algumas pessoas podem aprender a fazer movimentos oculares rápidos e muitas vezes imperceptíveis em direção ao lado da hemianopsia homônima. Isso lhes permite captar rapidamente informações do lado do mundo visual que não podem ser vistas. Essa adaptação pode levar meses para se desenvolver.
Também fazem parte dessa reabilitação os ajustes no ambiente doméstico e sinalizações visuais específicas que ajudam o paciente a se orientar no espaço.
Portanto, o diagnóstico e o tratamento da hemianopsia homônima devem sempre ser guiados por um médico especializado e experiente na área para que a causa seja identificada o mais breve possível e a melhor orientação terapêutica seja fornecida.
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Fontes:
Revista Brasileira de Neurologia
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia