Neuromielite óptica: tem cura?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Os surtos de neuromielite óptica podem ser reversíveis, mas graves o suficiente para causar perda visual permanente e problemas motores.

A neuromielite óptica (NMO) é uma doença neurológica autoimune com uma preferência pelo acometimento dos nervos ópticos e da medula espinhal. Também conhecida como doença de Devic, mas atualmente, é designada como transtorno do espectro da neuromielite óptica ou NMOSD.

Por conta de sua gravidade, uma das principais preocupações de pacientes diagnosticados com a neuromielite óptica é sobre o tratamento e as possibilidades de cura. Entenda neste conteúdo.

O que é neuromielite óptica?

A neuromielite óptica é um processo inflamatório autoimune desmielinizante raro e grave que afeta o sistema nervoso central. Causa sintomas semelhantes ao da esclerose múltipla (EM) e costumava ser considerada uma variante dessa doença. Hoje, sabe-se que a NMO é uma condição diferente da esclerose múltipla (EM). Os ataques são geralmente mais graves na NMO do que na EM, e a NMO é tratada de forma diferente da EM.

As mulheres são mais frequentemente afetadas pela NMO do que os homens. Os afro-americanos estão em maior risco de doença. O início da NMO varia da infância à idade adulta, com dois picos, um na infância e o outro em adultos na faixa dos 40 anos.

Principais causas da Neuromielite Óptica

A doença é causada por autoanticorpos (anticorpos que atacam o próprio corpo) que se ligam a uma proteína chamada aquaporina-4, presente em um conjunto de células de sustentação chamadas astrócitos. Esse ataque gera inflamação e danos aos astrócitos e outras células nervosas e seu isolamento de mielina. O dano gerado interrompe as transmissões de impulsos nervosos do cérebro, dos nervos ópticos e da medula espinhal, causando fraqueza e piora a visão, entre outros sintomas.

Principais sintomas

Os sintomas da Neuromielite Óptica têm relação íntima com a patogenia da doença, e decorrem da perda da estrutura neuronal. Assim, eles podem incluir:

  • Perda de visão;
  • Fraqueza ou dormência nos braços e pernas;
  • Paralisia dos braços e pernas;
  • Dificuldade em controlar a bexiga ou intestinos;
  • Vômitos incontroláveis e soluços;
  • Sonolência.

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Importância do diagnóstico precoce

Dado que as células do sistema nervoso, os neurônios, não têm capacidade de se regenerar, quanto antes o paciente tiver o diagnóstico da Neuromielite Óptica, maiores são as chances de evitar danos irreversíveis.

Algumas pessoas podem ter apenas um ataque de neurite óptica ou mielite transversa, com boa recuperação e sem recaídas por muito tempo. No entanto, a maioria dos indivíduos com NMO tem um curso imprevisível e recorrente de doença com ataques que ocorrem com meses ou anos de intervalo. Cada recaída causa novos danos e, com o tempo, as recaídas podem levar a uma deficiência grave e permanente. Então, diagnosticar e tratar precocemente e prevenir ataques recorrentes pode ser a chave para evitar a deficiência.

A Neuromielite Óptica tem cura?

A Neuromielite Óptica é uma doença que não tem cura. Mas isso não significa que não é tratável. Ou seja, com a abordagem adequada, é possível reduzir o processo inflamatório que leva à destruição da bainha de mielina e das membranas celulares, prevenindo recaídas e melhorando, assim, a qualidade de vida do paciente.

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico da Neuromielite Óptica envolve avaliações neurológica e neuro-oftalmológica do paciente, testes laboratoriais sanguíneos, líquor e exames de imagem. Dentre os testes sorológicos, o mais específico para a doença é o que busca detectar a presença de anticorpos aquaporina-4 (AQP4-IgG) no sangue do paciente.

Tratamento para Neuromielite Óptica

Não há cura para o transtorno do espectro da neuromielite óptica. No entanto, os tratamentos podem interromper ataques, controlar sintomas, evitar recorrências e podem ajudar a retardar a incapacidade, melhorando o prognóstico da doença.

Os ataques e recaídas são frequentemente tratados com drogas corticosteroides em alta dose (pulsoterapia) e trocas de plasma (também chamada plasmaférese, um processo usado para remover anticorpos nocivos da corrente sanguínea). Já, a terapia de manutenção da Neuromielite Óptica envolve o tratamento com medicamentos imunossupressores, corticosteroides em doses mais baixas e anticorpos monoclonais, opções recentes e de grande eficácia em doenças autoimunes.

Indivíduos com deficiência grave podem exigir terapia física e ocupacional, juntamente com profissionais de serviços sociais, para atender às necessidades complexas de reabilitação.

Pesquisas científicas em Neuromielite Óptica têm levado ao desenvolvimento de novas terapias e tratamentos, oferecendo esperança aos pacientes. Além disso, a orientação e o acompanhamento médico são essenciais para que se tenha menos sintomas e uma melhor qualidade de vida.

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Fontes:

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

Revista Científica da FMC

Revista Científica HSI

Dr. Roberto Battistella