Uma pupila anormalmente pequena associada a queda da pálpebra pode representar uma síndrome de Horner, condição que pode ser um prenúncio de doenças mais sérias
Os nervos que controlam os músculos que dilatam a pupila fazem parte do sistema nervoso autônomo simpático. Esses nervos também controlam os músculos que abrem as pálpebras e ativam as glândulas sudoríparas do rosto. A síndrome de Horner ocorre quando esses nervos não funcionam. A pupila do lado afetado é anormalmente pequena (miose) e a pálpebra superior cai levemente (ptose). Também pode haver perda de suor, especialmente na testa do mesmo lado.
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O que causa a síndrome de Horner?
A síndrome de Horner pode ser causada por lesões que afetam a via simpática ocular. O trajeto destes nervos é muito longo, começando em uma área específica do cérebro (hipotálamo), descendo a seguir até a coluna torácica, e depois subindo novamente dentro do tórax, passando perto dos pulmões, subindo pelo pescoço ao lado das artérias carótidas, até entrar na órbita e chegar ao olho e regiões próximas dos olhos.
Embora existam causas benignas que geralmente não necessitam de tratamento ou mesmo investigação, é importante elucidar o que está causando a síndrome de Horner porque pode ser um sinal de uma doença mais séria, como:
- Acidente vascular cerebral;
- Tumor pulmonar, torácico ou cerebral;
- Ruptura na parede da artéria carótida (dissecção carotídea).
Sentir dor no pescoço ou ao redor dos olhos, em associação com a síndrome de Horner, pode ser um sinal de dissecção carotídea e justifica avaliação urgente no pronto-socorro, uma vez que uma dissecção pode causar acidente vascular cerebral.
Um importante estudo publicado em 2020 na prestigiosa revista científica Journal of Neuro-Ophthalmology (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31609831) mostrou que quase 40% dos casos não têm uma causa identificável.
Principais sintomas da síndrome de Horner
Embora possa ser causada por motivos diversos, a síndrome de Horner sempre se apresenta com a tríade de ptose palpebral, miose e anidrose facial, ainda que esse último sinal seja mais difícil de notar. A síndrome de Horner não causa danos aos olhos nem causa perda de visão.
Ptose palpebral
A ptose palpebral pode ser explicada como uma queda da pálpebra, geralmente de forma parcial, e que ocorre devido à denervação simpática de um dos músculos responsáveis pela elevação da pálpebra superior. De forma geral, a maioria dos pacientes com síndrome de Horner apresenta uma ptose leve.
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Miose
Já a miose é a contração (diminuição do diâmetro) de uma das pupilas – que deve obrigatoriamente ser do mesmo lado em que ocorre a ptose. Assim, a pupila do lado lesionado permanece menor mesmo quando a outra pupila se dilata (ao apagar as luzes, por exemplo), sendo que esse quadro em que as duas pupilas têm tamanhos diferentes recebe o nome de anisocoria.
Anidrose
Por fim, o terceiro elemento que compõe essa síndrome é a anidrose, ou seja, a redução na produção de suor na mesma metade do rosto ou até mesmo na mesma metade do corpo, sendo esse o sinal mais difícil de se notar devido ao controle de temperatura dos ambientes, entre outros motivos.
Como o diagnóstico é realizado?
O diagnóstico da síndrome de Horner é clínico. A condição normalmente requer a realização de exames complementares específicos para estudo detalhado das reações pupilares e da ptose a fim de confirmar a síndrome de Horner e diferenciar de outras causas de ptose e anisocoria.
O mesmo estudo clínico anteriormente citado (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31609831) mostrou que quando uma causa para a síndrome de Horner era encontrada, ela geralmente era conhecida antes dela ser descoberta, tornando a síndrome de Horner um achado tardio. Por outro lado, em uma parte importante de casos em que a causa ainda não era conhecida, a identificação da síndrome de Horner foi valiosa para levar a diagnósticos importantes.
A conclusão sobre a necessidade de investigação da causa da síndrome de Horner é feita caso a caso. Inúmeros exames complementares podem ser necessários nessa investigação, principalmente radiológicos, incluindo tomografia computadorizada e ressonância magnética.
A síndrome de Horner tem cura?
A síndrome de Horner em si não é uma condição que pode ser curada, visto que é uma expressão de outras condições de saúde.
Como tratar a síndrome de Horner?
Dado que a síndrome de Horner é uma manifestação oftalmológica causada por outras condições, o tratamento depende do que está causando esse quadro. O acompanhamento da síndrome de Horner também depende da sua etiologia.
Por que preciso consultar um especialista em neuro-oftalmologia?
Os neuro-oftalmologistas são especializados em condições que causam problemas nas pupilas. Seu médico examinará suas pupilas em diferentes condições de iluminação e realizará um exame oftalmológico e dos nervos cranianos.
Como algumas formas de anisocoria podem estar presentes durante anos antes de serem detectadas, seu médico pode pedir que você forneça fotos antigas para determinar há quanto tempo você tem o problema. Colírios podem ser usados para ajudar a diagnosticar a causa da anisocoria. Seu médico pode solicitar exames de sua cabeça e corpo, como ressonâncias magnéticas e/ou tomografias computadorizadas. Se estes testes encontrarem algum problema grave, o seu médico irá encaminhá-lo para os especialistas apropriados para tratamento. Em outros casos, eles podem recomendar tratamentos para os sintomas, que podem envolver colírios ou simples observação.
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Fontes: