Conheça essa subespecialidade da Oftalmologia, de que doenças ela trata e sua importância
A Neuro-Oftalmologia é uma subespecialidade da Oftalmologia que investiga problemas oculares relacionados ao sistema nervoso central. Ou seja, são alterações visuais que não têm origem nos olhos. Sintomas como perda súbita de visão, visão dupla ou alterações na pupila podem ser sinais de alterações neuro-oftalmológicas.
Sinteticamente, a Neuro-Oftalmologia estuda:
- As doenças que acometem os nervos ópticos e as vias ópticas que se iniciam nos olhos e terminam nas áreas do cérebro responsáveis pela visão;
- Alterações da via eferente motora da visão, que controla a movimentação dos olhos, abertura e fechamento das pálpebras;
- Doenças que afetam o sistema pupilar, causando alterações no tamanho na função das pupilas.
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Embora a Oftalmologia e a Neuro-Oftalmologia cuidem da saúde dos olhos, existem diferenças entre elas. O médico oftalmologista foca mais nos cuidados das doenças relacionadas ao globo ocular. A neuro-oftalmologia é a especialidade de “superposição” entre oftalmologia e neurologia. É considerada e ensinada como uma subespecialidade da oftalmologia. Tem uma complexidade diferente e abrange as desordens que não tem origem no olho propriamente dito e sim no sistema nervoso central. Lida também com repercussões oculares de doenças neurológicas. Este é um dos motivos pelos quais costuma-se dizer que a Oftalmologia tem a ver com salvar a visão, mas Neuro-Oftalmologia, às vezes, significa também salvar vidas.
A prática da neuro-oftalmologia exige um conhecimento mais amplo, não só da oftalmologia, mas também das áreas de neurologia, neuro-cirurgia, endocrinologia, radiologia, infectologia, reumatologia, hematologia, genética, entre outras. Portanto, o tempo e o esforço envolvidos para se tornar um neuro-oftalmologista são muito grandes. Especialistas em neuro-oftalmologia geralmente são membros atuantes em universidades ou grandes centros médicos e frequentemente interagem com outras áreas da medicina além da oftalmologia.
Qual a importância da Neuro-Oftalmologia?
Frequentemente, os pacientes que são encaminhados para exame neuroftalmológico já foram vistos por um ou mais médicos oftalmologistas e/ou neurologistas.
Grande parte das doenças em neuroftalmologia dizem respeito a alguma forma de perda da visão, tanto da acuidade visual como do campo visual. Problemas decorrentes de doenças inflamatórias, isquêmicas, tumorais, hereditárias e ceranciais, entre muitas outras, podem acometer a parte do sistema nervoso relacionada com a visão. Qualquer alteração que ocorra nesse sistema pode ser investigada pela Neuro-Oftalmologia.
Como em qualquer situação de doença, aquelas relacionadas à Neuro-Oftalmologia também devem ser diagnosticadas e tratadas o mais precocemente possível, já que podem causar perda irreversível da visão, sequelas neurológicas e, até mesmo, ameaçar a vida da pessoa.
Quais são as patologias associadas à Neuro-Oftalmologia?
Entre as principais doenças associadas à Neuro-Oftalmologia estão aquelas relacionadas ao nervo óptico. Além disso, existem as disfunções dos nervos que controlam a movimentação dos olhos e aquelas relacionadas ao funcionamento das pupilas.
As principais patologias associadas à Neuro-Oftalmologia são:
- Estrabismos: desequilíbrios na função dos nervos oculares motores e músculos oculares que fazem com que os olhos fiquem desalinhados, gerando visão dupla;
- Neuropatia óptica isquêmica: ocorre quando há perda de suprimento de sangue para o tecido do nervo óptico, causando danos a essa estrutura e, consequentemente, dificuldades para enxergar;
- Esclerose múltipla: doença autoimune que compromete a bainha de mielina, tecido que reveste os neurônios do sistema nervoso central. Uma de suas principais manifestações neuro-oftalmológicas é a neurite óptica;
- Neuromielite óptica: doença autoimune que atinge principalmente os nervos ópticos e a medula espinhal, provocando neurite óptica e mielite;
- Hipertensão intracraniana: aumento da pressão dentro do crânio. Tem muitas causas diferentes e leva a um inchaço dos nervos ópticos conhecido por papiledema;
- Tumores e aneurismas cerebrais: aneurismas são dilatações de artérias cerebrais que, do mesmo modo que os tumores, podem crescer e comprimir diferentes regiões do cérebro e causar problemas neuro-oftalmológicos. Os aneurismas ainda a trazem consigo a possibilidade de rompimento e sangramento cerebral;
- Tumores na hipófise: na maioria das vezes são condições benignas, mas que podem crescer e comprimir os nervos ópticos circundantes, o quiasma óptico e nervos cranianos;
- Alterações na pupila (anisocoria): essa condição se caracteriza por uma pupila ter um tamanho diferente da outra. Há situações em que pode ser fisiológica, e outras em que realmente faz parte de doenças;
- Miastenia gravis: doença autoimune em que o sistema imunológico do indivíduo danifica seus próprios receptores localizados entre o nervo e o músculo (local chamado de junção neuro-muscular), levando à fraqueza muscular. Pode resultar em queda da pálpebra, condição chamada de ptose, ou visão dupla por estrabismo;
- Papiledema: inchaço do nervo óptico causado por aumento da pressão dentro do cérebro;
- Neurite óptica: inflamação do nervo óptico causada por problemas inflamatórios e infecciosos. É uma manifestação frequente de esclerose múltipla e de outras doenças inflamatórias do sistema nervoso central;
- Neuropatias ópticas tóxicas: são doenças do nervo óptico causadas respectivamente por medicamentos e drogas, carência de alguns tipos de vitaminas (principalmente do complexo B) e doenças heredo-degenerativas;
- Acidentes vasculares cerebrais: são doenças do sistema nervoso resultantes de isquemias ou hemorragias que podem provocar perda da visão ou do campo visual e também levar ao estrabismo.
Entre os principais sinais e sintomas destas doenças estão:
- Distúrbios de perda de campo visual;
- Perda de visão inexplicada;
- Perda de visão temporária;
- Estrabismo e visão dupla (diplopia);
- Dor ao movimentar os olhos;
- Alterações na movimentação ocular;
- Dor de cabeça;
- Espasmo muscular, contração das pálpebras ou do rosto;
- Queda da pálpebra (ptose) e anisocoria.
Muitas vezes, o primeiro sinal de uma doença neurológica ou sistêmica é um dos problemas associados à Neuro-Oftalmologia.
A preparação para uma consulta com o neuro-oftalmologista
Quando o paciente é encaminhado para um neuro-oftalmologista, é importante que ele se prepare adequadamente para a consulta. Veja algumas dicas que podem ajudar a tornar a consulta mais eficaz e contribuir para o diagnóstico e tratamento:
- O médico que fez o encaminhamento deve informar ao oftalmologista especialista em neuro-oftalmologia todo o histórico clínico do paciente. Para facilitar, ele pode elaborar um laudo de encaminhamento contendo todas as informações;
- Leve à consulta todos os exames realizados, sejam de sangue, do líquor, de imagem (ressonância magnética, tomografia) e oftalmológicos (retinografia, OCT, campo visual e outros que tiver);
- Caso possua acesso digital aos seus exames e não se incomodar em passar ao médico, é sempre melhor;
- Se possível, vá acompanhado para a consulta, pois a maioria dos exames exige que a pupila seja dilatada, o que deixa a visão embaçada. O efeito do colírio dura, em média, seis horas e não é aconselhável dirigir nesse período. Como a visão pode ficar mais sensível, leve também óculos escuros;
- Informe ao neuro-oftalmologista todos os medicamentos em uso, incluindo dosagem e o tempo de uso;
- Recomenda-se que se não use maquiagem sobre os olhos para que o médico possa examinar melhor as pálpebras.
A avaliação neuro-oftalmológica é um exame geralmente mais demorado. Durante a avaliação neuroftalmológica o médico analisa detalhadamente a história clínica atual e pregressa do paciente, realiza um exame detalhado do sistema visual incluindo, além do exame oftalmológico comum, exames específicos da movimentação dos olhos, das pálpebras, das órbitas, das reações pupilares, do fundo de olho e do campo visual. Além disso, o médico analisa achados pregressos, informações de exames oftalmológicos prévios, exames laboratoriais e de neuroimagem.
Durante a consulta, o especialista pode fazer um exame neurológico parcial para testar sua força, sensibilidade e coordenação. Finalizados os exames, o neuro-oftalmologista irá discutir o diagnóstico, exames adicionais e tratamento com o paciente.
Para saber mais sobre a Neuro-Oftalmologia, agende uma consulta com o oftalmologista especializado em neuro-oftalmologia, Dr. Roberto Battistella.
Fontes: